Dois homens foram presos nesta quinta-feira (7) durante uma operação da Polícia Civil em Mogi das Cruzes contra um esquema de estelionato conhecido como “golpe do falso advogado”. A ação também cumpriu sete mandados de busca e apreensão e outros três de prisão temporária.
Segundo as investigações, os criminosos acessavam sites oficiais da Justiça para obter dados de pessoas envolvidas em processos judiciais. Em posse dessas informações, entravam em contato com as vítimas se passando por seus advogados. Diziam que o processo havia sido concluído com vitória e, então, solicitavam transferências em dinheiro alegando a necessidade de pagar taxas para liberação do valor da causa.
"As vítimas recebiam até cópias integrais do processo verdadeiro. Isso dava credibilidade à farsa. Os criminosos se passavam pelos advogados e convenciam as pessoas a fazerem as transferências", explicou o delegado André Junji, do Setor de Investigações Gerais (SIG), da Central de Flagrantes.
A polícia estima que ao menos 15 pessoas tenham sido vítimas do golpe em diferentes regiões do estado de São Paulo, incluindo o Alto Tietê, a capital e o interior. "Como o crime é praticado pela internet, não há barreiras físicas. Eles atuam em todo o Estado", destacou o delegado.
A operação continua em andamento. Os materiais apreendidos, como celulares e computadores, serão analisados para identificar outros envolvidos. Com base nessas provas, a Polícia Civil deve solicitar a prisão preventiva dos suspeitos.
Alerta da OAB
Diante da disseminação desse tipo de golpe em todo o país, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) orienta a população a adotar medidas preventivas. Em caso de ligações ou mensagens suspeitas, é fundamental confirmar a identidade do advogado por meio dos canais oficiais ou contatos previamente fornecidos no contrato de prestação de serviços.
Outras recomendações incluem:
-
Nunca fazer pagamentos via Pix ou outros meios apenas com base em ligações ou mensagens;
-
Desconfiar de pedidos com urgência, especialmente relacionados a processos judiciais;
-
Salvar conversas e comprovantes, e levá-los à delegacia mais próxima para registro de boletim de ocorrência.
