Dois homens foram presos em flagrante nesta quarta-feira (20) em Americana (SP), enquanto descarregavam peças de fuzis em uma residência. A ação faz parte de uma operação da Polícia Federal (PF), com apoio da Polícia Militar (PM), que resultou na descoberta de uma fábrica clandestina de armas de fogo em Santa Bárbara d’Oeste (SP), cidade vizinha.
Segundo o delegado Edson Geraldo de Souza, chefe da PF em Campinas, as peças apreendidas seriam suficientes para montar ao menos 40 fuzis. As investigações começaram há cerca de dez dias, após uma denúncia apontar a existência de uma unidade ilegal de produção de armamentos, equipada com maquinário industrial de alta precisão.
A fábrica operava disfarçada como uma empresa do setor aeronáutico, mas chamou a atenção dos investigadores por sua movimentação atípica: intensa atividade noturna e ausência de trabalho durante o dia. A PF passou então a monitorar o local.
Durante a vigilância, os policiais acompanharam os suspeitos até um imóvel em Americana, onde flagraram o descarregamento das caixas com peças de armamento. No local, foram encontradas munições, componentes de armas e fuzis completos.
Os presos, um morador de Campinas, de 38 anos, e outro de São João da Boa Vista, de 33, alegaram à polícia que produziam réplicas de fuzis para revenda em diferentes estados do país. No entanto, a perícia apontou que as peças eram fabricadas por usinagem de alta precisão, e não por impressoras 3D, o que garante maior robustez e durabilidade ao armamento.
"A precisão, a quantidade e a qualidade do material impressionam. São equipamentos industriais milionários, com softwares específicos para a produção de peças de armas de fogo", afirmou o delegado.
Ambos foram autuados por posse e comércio ilegal de armas de fogo, crimes que, somados, podem levar a até 18 anos de prisão. A Polícia Federal segue com as investigações para identificar outros envolvidos no esquema.
