Onda de vandalismo atinge 47 ônibus em SP no domingo, o segundo pior dia desde junho

 A cidade de São Paulo registrou, neste domingo (13), 47 ataques a ônibus, segundo a Secretaria Municipal de Mobilidade e Transportes (SMT) e a SPTrans. Os atos de vandalismo ocorreram de forma distribuída por todas as regiões da capital e representam o segundo dia mais violento desde o início da onda de depredações, em 12 de junho. O dia mais crítico foi 7 de julho, quando 59 coletivos foram danificados.

Desde o início da série de ataques, 421 ônibus foram depredados só na capital. Quando somados os casos da Grande São Paulo e da Baixada Santista, os números ultrapassam 600 ocorrências. A situação tem gerado medo entre passageiros e motoristas, além de prejuízos operacionais e logísticos às empresas.

Polícia prende sete suspeitos e aponta três linhas de investigação

Em resposta à escalada de violência, a polícia intensificou as investigações e já prendeu sete suspeitos. Segundo o delegado Fernando José Góes Santiago, três principais hipóteses são consideradas:

  1. Atuação de membros do Primeiro Comando da Capital (PCC);

  2. Desafios promovidos por redes sociais;

  3. Ação orquestrada por empresas ou indivíduos do setor de transporte coletivo, que estariam insatisfeitos com concorrência ou perda de espaço — sendo esta a linha mais forte até o momento.

“A teoria é que esses agentes estariam descontentes com o tratamento recebido de empresas que se apresentam como rivais”, afirmou o delegado.

Casos mais graves e ataques a vans

Entre os detidos está Júlio César da Silva, flagrado atirando uma pedra contra um ônibus. Apesar de aparentar um surto mental, a polícia não descarta sua participação em uma ação coordenada. Ao ser detido, ele admitiu: “Eu taquei, mano”. A defesa dele não foi localizada.

Outro preso é Everton de Paiva Balbino, acusado de tentativa de homicídio. De acordo com as investigações, ele dirigia um carro que freou bruscamente na frente de um ônibus, no dia 27 de junho, próximo ao Aeroporto de Congonhas. Minutos depois, ele atirou uma pedra contra o veículo, atingindo o rosto de uma passageira, que sofreu fraturas graves. Everton foi identificado por meio do carro e acabou detido. Sua defesa também não foi encontrada.

Além dos ônibus, vans de transporte para pessoas com deficiência também foram alvos. Na última quinta-feira (10), uma van foi atacada; outro caso semelhante ocorreu dez dias antes.

SPTrans orienta formalização de ocorrências

A SPTrans reforçou a orientação para que todas as concessionárias comuniquem imediatamente qualquer ato de vandalismo à Central de Operações e formalizem boletins de ocorrência. Conforme previsto em contrato, os veículos danificados devem ser substituídos por reservas técnicas — sob pena de multa por viagens não realizadas.

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