Lula se reúne com ministros e presidente do Banco Central para tratar do tarifaço dos EUA

 Governo deve criar comitê com empresários e publicar decreto de reciprocidade até terça-feira (15)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu, na noite deste domingo (13), ministros e o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, no Palácio da Alvorada, para discutir a resposta do governo brasileiro ao tarifaço anunciado pelos Estados Unidos. A medida americana prevê sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros e deve entrar em vigor no dia 1º de agosto.

Entre as ações imediatas discutidas está a criação de um comitê com empresários, previsto para ser anunciado já nesta segunda-feira (14), com o objetivo de buscar saídas conjuntas para enfrentar os impactos da medida norte-americana.

Segundo apuração do Blog do Valdo Cruz, Lula quer demonstrar que o tarifaço afeta o Brasil como um todo — e não apenas o governo — e que, por isso, a resposta deve ser articulada de forma unificada, independentemente de ideologias ou disputas políticas.

Participaram da reunião:

  • Geraldo Alckmin (vice-presidente e ministro da Indústria, Comércio e Serviços)

  • Fernando Haddad (ministro da Fazenda)

  • Carlos Fávaro (ministro da Agricultura)

  • Gleisi Hoffmann (ministra da Secretaria de Relações Institucionais)

  • Sidônio Palmeira (ministro da Secretaria de Comunicação)

  • Maria Laura da Rocha (secretária-geral do Itamaraty)

  • Miriam Belchior (secretária-executiva da Casa Civil)

Decreto de reciprocidade

Também no domingo, Geraldo Alckmin anunciou que o governo deve publicar até terça-feira (15) o decreto que regulamenta a Lei da Reciprocidade, permitindo que o Brasil adote medidas equivalentes contra os produtos norte-americanos.

Apesar disso, Alckmin afirmou que o governo ainda trabalha para evitar que a sobretaxa se concretize:

“Entendemos que a taxação é inadequada e não se justifica”, disse o vice-presidente durante evento em Francisco Morato (SP).

Barroso critica medida dos EUA

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, também se manifestou sobre o tema neste domingo. Em carta pública, ele criticou os argumentos usados pelo governo dos Estados Unidos para justificar as sanções, classificando-os como resultado de uma “compreensão imprecisa dos fatos ocorridos no país nos últimos anos”.

“As diferentes visões de mundo nas sociedades abertas e democráticas fazem parte da vida e é bom que seja assim. Mas não dão a ninguém o direito de torcer a verdade ou negar fatos concretos que todos viram e viveram”, escreveu o ministro.

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