Explosão de carro-bomba atinge transporte escolar no Paquistão e deixa cinco mortos, incluindo três crianças

 Mais de 40 alunos estavam no ônibus que se dirigia a uma instituição de ensino administrada pelo Exército. As autoridades paquistanesas atribuíram o ataque a “grupos terroristas ligados à Índia”, embora até o momento nenhuma organização tenha reivindicado a ação.

Uma detonação direcionada contra um ônibus escolar militar na província de Baluchistão, no sudoeste do Paquistão, resultou na morte de três crianças e dois adultos, segundo informou um representante do governo nesta quarta-feira (21). Outras 38 crianças ficaram feridas.

De acordo com informações da agência Associated Press (AP), o ataque foi causado por um atentado suicida com uso de um veículo carregado com explosivos. Fontes ouvidas pela agência alertaram que o número de vítimas pode aumentar, pois várias crianças permanecem em estado grave.

“O veículo estava se deslocando para uma escola situada em uma instalação militar”, afirmou Yasir Iqbal, administrador do distrito de Khuzdar, onde o incidente ocorreu.

O Exército do Paquistão e o primeiro-ministro Shehbaz Sharif emitiram comunicados condenando o atentado e responsabilizando "facções extremistas ligadas à Índia". No entanto, nenhuma evidência foi apresentada até agora que comprove a participação direta de Nova Délhi.

O governo indiano ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

O Baluchistão, apesar de ser a maior província paquistanesa em extensão, é a menos populosa, com cerca de 15 milhões de habitantes. A região é rica em recursos minerais e tem sido palco de um movimento separatista prolongado, com diversos grupos armados — entre eles, o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos desde 2019.

Conforme reportado pela AP, nenhum grupo assumiu de imediato a autoria do ataque, embora as suspeitas recaiam sobre militantes balúchis, que frequentemente têm como alvos forças militares e civis.

O ministro do Interior paquistanês, Mohsin Naqvi, repudiou com veemência o atentado, lamentando profundamente a morte das crianças. Ele qualificou os responsáveis como “monstros” que não merecem clemência, chamando o ato de “selvageria ao atingir menores inocentes”.

Este ataque ocorre poucos dias após outro atentado com carro-bomba que matou quatro pessoas nas proximidades de um mercado em Qillah Abdullah, também no Baluchistão, perto da fronteira com o Afeganistão.

A maioria dessas ações violentas tem sido atribuída ao BLA, grupo que, segundo o governo paquistanês, receberia apoio da Índia.

Um dos atentados mais letais ocorreu em março, quando insurgentes do BLA mataram 33 pessoas — em sua maioria militares — durante um ataque a um trem com centenas de passageiros, também na região do Baluchistão.

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