URGENTE-Ciclone pode ter movimento atípico na costa do Brasil e virar furacão

Uma área de baixa pressão atmosférica se intensifica na costa Sul do Brasil e se desloca em direção à costa do Sudeste. Porém, os meteorologistas estão intrigados com o movimento retrógrado que esta baixa pressão faz, voltando do mar em direção ao continente. 

Os ciclones extras e subtropicais que se formam normalmente (e com frequência) na costa brasileira se deslocam para alto mar, se afastando do continente. Entretanto, alguns modelos meteorológicos indicam que após se afastar do continente, o ciclone deve se aproximar novamente da costa após o dia 3 de abril - e é isto que está deixando os meteorologistas com "pulga atrás da orelha", já que este movimento do mar para o continente é típico de furacões.

Ao se depararem com esta sugestão dos modelos de previsão de vento e pressão, os meteorologistas não poderiam deixar de lembrar do Catarina, o único furacão até agora comprovadamente formado na costa do Brasil. Este sistema se originou de um ciclone extratropical, entrou em águas quentes e ganhou energia para se transformar em um furacão, que avançou para costa do Sul do Brasil causando destruição. Além disso, o fato de estarmos no mês de março deixa os meteorologistas ainda mais em alerta, já que esta é uma época em que o mar está quente, por ser o mês do fim do verão.

Os meteorologistas da Climatempo estão acompanhando o deslocamento deste ciclone e seguirão trazendo atualizações no decorrer dos próximos dias


Furacão Catarina 

Furacão Catarina ainda no oceano em 26 de março de 2004 (ele atingiu a costa catarinense e gaúcha em 27 de março). Este foi o primeiro furacão documentado no sudoeste do Oceano Atlântico (Pezza et al. 2009). Atingiu a costa do Brasil dois dias depois, com ventos estimados em mais de 150 quilômetros por hora. 

Até então, era geralmente aceito que os furacões não podiam se formar sobre o Atlântico Sul devido às temperaturas da superfície do mar insuficientemente quentes e outros fatores (Gray, 1968). Este evento extremo ilustra como a mudança climática global pode estar aumentando o risco de desastres sem precedentes. (Fonte: NOAA 2005).

O primeiro furacão registrado no atlântico sul e único a tocar o solo brasileiro com ventos sustentados entre 130km/h a 160km/h e rajadas acima dos 180km/h, com ondas acima de 5 metros e um prejuízo de mais de 1 bilhão para o Estado de Santa Catarina … Milhares de casas foram destruídas e centenas de pessoas ficaram desabrigadas.

O furacão Catarina deixou mais de 27,5 mil desalojados, quase 36 mil casas danificadas, 518 feridos e 11 mortos. Os prejuízos totalizaram aproximadamente R$ 1 bilhão e 14 municípios decretaram estado de calamidade pública.


Essa data ficou marcada na história de Santa Catarina

”Talvez nenhum dia tenha sido tão tenso, nervoso e dramático para os meteorologistas do Sul do Brasil como o 27 de março de 2004, exatamente há 17 anos no dia de hoje. Foi quando o já formado furacão Catarina atingiu, o olho do furacão, o litoral entre Araranguá/SC e Torres/RS. 


A tempestade a cada hora era mais intensa no mar e inexistiam dados confiáveis sobre velocidade de vento pela ausência de bóias. Havia um monstro no oceano, porém não se sabia qual era a sua real força. Os únicos dados de vento que vinham eram estimativas do satélite Quickscat, que estão longe de oferecer uma ideia real. 


Melhor indicativo se tinha pela estimativa da escala Dvorak de ciclones tropicais que conferia nas últimas horas que precederam ao landfall (quando toca a terra o olho) um número 4.5, equivalente a vento sustentado em um minuto de 77 nós ou 142 km/h. 


Com base nas imagens de satélite e na escala Dvorak mantivemos o alerta de furacão no dia 27 e elevamos o tom da gravidade à medida que era cada vez mais evidente que estávamos a poucas horas de situação sem precedentes.” Declarou Luiz Fernando da Metsul Meteorologia.






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