O governador de São Paulo, João Doria, disse nesta terça-feira (2) que o estado está na pior semana desde o começo da pandemia.
Doria participou do início da vacinação drive-thru no estádio do Morumbi, na Zona Sul da capital, e falou sobre a situação da doença no estado. "Entramos na pior semana da Covid-19 da história da pandemia desde 26 de fevereiro.
Isso não apenas em São Paulo, os demais estados também, eu tenho falado com governadores de outros estados. Há uma preocupação generalizada", disse o governador.
Questionado sobre se ele adotaria o lockdown para evitar maior propagação da doença, o governador diz que não descarta nenhuma medida. "Não se descarta nenhuma medida, desde que elas sejam embasadas pela ciência e pela saúde", afirmou Doria.
O estado de São Paulo registrou nesta terça o maior número de mortes por Covid-19 em 24h desde o início da pandemia, com 468 novos óbitos, segundo dados da Secretaria Estadual da Saúde. Com os novos registros, o estado chegou a 60.014 mortes provocadas pela doença.
As novas confirmações em 24 horas não significam, necessariamente, que as mortes aconteceram de um dia para o outro, mas que foram contabilizadas no sistema neste período. Os números costumam ser menores aos finais de semana e segundas-feiras.
O governador disse que o Centro de Contingência irá se reunir nesta terça e o que for decidido será anunciado nesta quarta-feira (3). A média móvel de mortes, que leva em consideração os registros dos últimos 7 dias e minimiza as diferenças das notificações, é de 259 óbitos por dia nesta terça.
O número representa uma alta de 18% em comparação com o valor registrado há 14 dias, o que para os especialistas indica tendência de estabilidade. Como o cálculo da média móvel leva em conta um período maior, é possível medir de forma mais fidedigna a tendência da pandemia. Nos últimos dias, o estado vem batendo recordes sucessivos de pacientes internados com quadros mais graves da doença.
No sábado (27), o total de pacientes internados em UTI superou o valor de 7 mil pela primeira vez desde o início da pandemia. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde, o maior valor anterior durante o primeiro pico da doença havia sido registrado em 29 de julho, com 6.250 pacientes em UTI. A gestão estadual vê risco de colapso no sistema de saúde nas próximas semanas.