Uma adolescente de 16 anos foi encontrada morta pela própria mãe no quarto de casa, no bairro Parque São Martinho, em Mogi das Cruzes, na tarde desta quarta-feira (20). O corpo estava sobre a cama e apresentava ferimentos na cervical e no lado esquerdo do pescoço, possivelmente causados por faca. Até o momento, ninguém foi preso.
De acordo com o boletim de ocorrência, a mãe da jovem havia saído de casa pela manhã para acompanhar a outra filha, grávida de oito meses, a uma consulta na Unidade Básica de Saúde (UBS) de Taiaçupeba. Por volta das 11h15, ela enviou mensagens para a adolescente, mas não obteve resposta. Após passar pela UBS e deixar a filha na Santa Casa, a mulher retornou para casa por volta das 16h50 e encontrou a adolescente já sem vida no quarto. Ela acionou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), que confirmou o óbito no local.
A Polícia Militar foi chamada e preservou a cena do crime para os trabalhos da perícia. O caso foi registrado como homicídio no 4º Distrito Policial de Mogi das Cruzes e está sendo investigado com o apoio do Setor de Homicídios.
Durante o depoimento à polícia, a irmã da vítima relatou que chegou em casa por volta das 19h50 e afirmou ter uma relação conflituosa com a adolescente, incluindo um boletim de ocorrência anterior por desentendimentos entre elas. Ela também mencionou que seu ex-companheiro, pai do filho que está esperando, não se dava bem com a vítima, embora nunca tenha presenciado ameaças diretas.
Ainda segundo ela, no dia anterior ao crime, o ex-companheiro esteve na residência da família e pediu que ela retirasse a medida protetiva por violência doméstica, o que foi negado. Em outra ocasião, ele teria dito que, caso não recebesse apoio para voltar a morar na casa, "uma desgraça aconteceria".
A irmã informou ainda que a adolescente era mãe de uma criança de um ano e três meses, e que também vivia uma relação complicada com o pai da filha, um homem de 28 anos. Segundo o relato, ele acumulava dívidas, usava o nome da vítima para aplicar golpes e ela vinha recebendo ameaças de morte por ligações com número privado.
O ex-companheiro da irmã foi ouvido pela polícia. Ele negou qualquer envolvimento no crime, confirmou que esteve na casa no dia anterior, mas afirmou que não houve discussão. Disse ainda que, no momento do assassinato, estava em casa com dores no joelho e se preparava para ir ao médico quando foi abordado pelos policiais. Ele alegou ter tomado conhecimento da morte apenas nesse momento.
A Polícia Civil solicitou exames ao Instituto Médico Legal (IML) e segue investigando o caso para identificar o autor do crime e a motivação.