Mais de 549 trotes ao Samu são registrados no Alto Tietê no 1º semestre de 2025

 O número de trotes ao Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) caiu 44,82% no Alto Tietê entre janeiro e junho de 2025. No período, foram registradas 549 chamadas falsas, contra 995 no mesmo semestre de 2024.

A redução é atribuída a ações de conscientização promovidas principalmente em escolas da região, já que a maior parte das ligações indevidas parte de crianças. Em média, cada trote dura cerca de um minuto.

Em Mogi das Cruzes, por exemplo, o Consórcio Regional de Saúde do Samu (Cresamu) contabilizou 197 trotes neste primeiro semestre, contra 589 no mesmo período do ano anterior — uma queda expressiva de 66,55%. O Cresamu também atende os municípios de Arujá, Biritiba-Mirim, Guararema, Santa Isabel e Salesópolis.

Em Itaquaquecetuba, a redução foi de 37,89%: o número de trotes caiu de 95 para 59 entre os dois períodos analisados.

Já em Suzano, foram 192 chamadas indevidas de janeiro a junho de 2025, contra 199 no mesmo período de 2024, o que representa uma leve queda de 3,51%. A unidade também atende o município de Poá.

Por outro lado, Ferraz de Vasconcelos apresentou aumento: o número de trotes subiu de 101 para 112, uma alta de 9,82%.

Conscientização nas escolas é aliada no combate aos trotes

Para manter os índices de trotes em queda, diversas cidades têm investido em campanhas educativas nas escolas. Uma das ações é o projeto do "Samuzinho", personagem que visita unidades escolares com orientações sobre primeiros socorros. Ele também participa de eventos municipais e ações de panfletagem.

Em Suzano, a Prefeitura realiza palestras e atividades em escolas para alertar crianças e jovens sobre o uso correto do número 192. Já em Ferraz, além do Samuzinho, telefonistas da Central de Regulação Médica (TARM) recebem capacitação para identificar chamadas falsas. A cidade também implantou um sistema eletrônico que reconhece números com histórico de trotes e emite alertas às equipes.

Em Itaquaquecetuba, as orientações são passadas diretamente durante a chamada, com explicações sobre a importância do serviço e os prejuízos causados pelas ligações indevidas.

De acordo com a coordenadora geral do Samu de Suzano, Giselda Rodrigues da Cruz, 58% dos trotes ocorrem entre 12h e 18h59; 34% entre 7h e 11h59 — períodos em que as crianças estão em aula. Apenas 7% das chamadas falsas acontecem à noite (das 19h às 23h59) e 3% durante a madrugada (das 0h às 6h).

Apesar dos números, Giselda afirma que a maioria dos trotes é rapidamente identificada pelos atendentes, o que evita o envio de ambulâncias e o desperdício de recursos. “Quando é um acidente real, várias pessoas ligam ao mesmo tempo. Quando apenas uma pessoa liga, conseguimos perceber que se trata de um trote”, explicou. “Esse tipo de chamada pode colocar vidas em risco, porque tira a atenção e o tempo da equipe, que poderia estar atendendo uma emergência real.”

Trotes são crime e podem resultar em detenção

De acordo com o Código Penal Brasileiro, trotes para serviços de emergência são considerados crime. O artigo 266 prevê detenção de até seis meses para quem praticar esse tipo de infração. Quando os envolvidos são menores de idade, o caso é encaminhado à Vara da Infância e Juventude, que aplica medidas socioeducativas conforme o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

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