A espiritualidade e a tradição tomaram conta das ruas de Mogi das Cruzes nesta quinta-feira (29), com o início da Festa do Divino Espírito Santo de 2025. Fiéis se reuniram na residência dos capitães-de-mastro, no bairro Jardim Universo, e seguiram em procissão até a sede da Prefeitura. De lá, partiram em cortejo rumo à Praça Coronel Benedito de Almeida, onde ocorreu a cerimônia de levantamento do mastro e a abertura simbólica do Império.
Com bandeiras em mãos e cheios de emoção, os devotos acompanharam cada momento da programação inicial da festa, que segue até 8 de junho. O tema deste ano é: “Divino Espírito Santo e São Francisco, nosso irmão! Ensinai-nos a contemplar o esplendor da criação.”
O primeiro compromisso foi realizado na casa dos capitães-de-mastro, Lisandro Leonardo da Silva Corrêa e Patrícia Aparecida do Espírito Santo Corrêa, onde, junto ao festeiro João Pedro Mota, foram apresentadas as novas bandeiras. Mota assumiu o papel após perder sua esposa, Graziela, vítima de um infarto fulminante em setembro de 2024 — quatro meses depois de ser anunciada como festeira. Foi ela quem escolheu o tema da festa deste ano.
Após a cerimônia no Jardim Universo, os participantes seguiram até a Prefeitura de Mogi, onde foram acolhidos pelo bispo dom Pedro Luiz Stringhini e pela prefeita Mara Bertaiolli. De lá, o cortejo se dirigiu à Praça Coronel Benedito de Almeida, para o levantamento do mastro e abertura oficial da festividade.
Dom Pedro destacou a importância da celebração de Pentecostes, que marca o encerramento de um ciclo litúrgico. “Advento, Natal, Quaresma, Páscoa e Pentecostes. Aqui, a Igreja toda se reúne em celebração. Em Mogi das Cruzes, isso acontece de forma muito especial, solene, popular e religiosa há mais de quatro séculos. São 412 anos de fé, emoção e tradição", afirmou o bispo.
Para Patrícia, capitã-de-mastro, a abertura representa a colheita de um ano inteiro de dedicação. “É um trabalho feito aos poucos, todos os dias. Os encontros com rezadeiras, as reuniões, o contato com tantas pessoas... tudo isso fortalece e torna possível esse momento", disse.
Jonathan de Almeida Galvão, 31 anos, é devoto desde pequeno e hoje também atua como rezador. “A minha fé começou com o Espírito Santo. Já recebi muitas bênçãos e graças ao longo da vida, e sou profundamente grato”, relatou.
Elisabete Moraes Lopes Ferreira, rezadeira há 18 anos, compartilhou um testemunho de superação. “A fé é o que me sustenta. Enfrentei o câncer, perdi minha filha... e mesmo assim continuo. O Espírito Santo me dá força para seguir e rezar por tantas pessoas que também carregam suas dores e esperanças.”
Aos 75 anos, Maria José de Jesus segue firme na tradição e participou da abertura do Império. Ela garantiu que estará presente em todos os 11 dias da celebração.