Em Mogi das Cruzes, os moradores têm criado atalhos informais para facilitar seus deslocamentos diários. Essas passagens, conhecidas como "caminhos de desejo", surgem da necessidade de encurtar distâncias e otimizar o tempo, especialmente em áreas onde a infraestrutura urbana não atende às demandas da população.
Em um bairro da cidade, por exemplo, os pedestres abriram uma trilha em um terreno que divide uma área particular e um espaço público. Apesar de promessas de revitalização, como a construção de uma praça com equipamentos de ginástica, o local permanece sem melhorias. Rejane Ribeiro, uma moradora da região, relata que a passagem se tornou essencial para os residentes, especialmente para crianças que vão à escola e idosos que enfrentam dificuldades para se locomover.
Do ponto de vista técnico, esses caminhos informais são uma resposta natural à falta de planejamento urbano. A arquiteta Priscila Rodolfo explica que as "linhas de desejo" são criadas pela população quando há ausência de vias adequadas, calçadas ou acessos seguros. Esses trajetos, muitas vezes improvisados, refletem a necessidade de rotas mais eficientes e acessíveis.
Em alguns casos, esses caminhos informais são posteriormente oficializados, recebendo pavimentação e integrando-se ao sistema viário. No entanto, para que isso ocorra, é necessário um planejamento urbano que considere as necessidades da comunidade, promovendo acessibilidade, segurança e sustentabilidade.
A Prefeitura de Mogi das Cruzes informou que o terreno em questão é de propriedade privada e que o proprietário foi notificado para realizar a limpeza da área. A administração municipal destacou seu compromisso com a melhoria contínua dos espaços públicos, mas ressaltou que as intervenções dependem de estudos técnicos, disponibilidade de recursos e integração com outras iniciativas de mobilidade. Os cidadãos podem solicitar melhorias por meio do aplicativo Colab ou da ouvidoria municipal, no telefone 156.