O incidente aconteceu no sábado (22) no Boteco Dona Tati, localizado no centro de São Paulo. O bar divulgou uma nota em suas redes sociais afirmando que não apoia qualquer forma de violência. "Ele veio por cima e quebrou uma garrafa de vidro de 600 ml no meu rosto", relatou Tatiana Marino de Melo, gerente comercial de 46 anos, que acusa o dono do bar, famoso por suas rodas de samba, de agressão. A vítima contou que, após ser atacada inesperadamente, ficou ensanguentada e sofreu cortes profundos na boca e no braço, além de ter o olho esquerdo ferido. O bar está situado na Rua Conselheiro Brotero, em Santa Cecília, e essa foi a terceira vez que Tatiana visitou o local. "Nunca passei por esse tipo de agressão. Sou mãe de três mulheres; duas são adultas e tenho uma filha mais nova de 16 anos. Nunca houve casos assim na minha família; nunca vivemos uma situação como essa", desabafou Tatiana.
Nas redes sociais, o Boteco Dona Tati afirmou que não apoia qualquer forma de violência e expressou solidariedade à vítima.
Segundo a gerente comercial, ela e seus amigos estavam aproveitando o samba na área externa, perto da saída, quando decidiram mover um bistrô — uma mesa alta e redonda — para dar mais espaço. "Nós puxamos um pouco, cerca de 30 centímetros, para que outras pessoas também pudessem usar", explicou.
Tatiana relatou que, em seguida, um homem desconhecido se aproximou e questionou: "Quem mandou vocês mexerem no bistrô?" Ela explicou a situação e colocou a mesa de volta em seu lugar original. No entanto, o homem continuou a importuná-la. Ele parecia visivelmente alterado, estava bebendo e não usava uniforme. Por isso, Tatiana decidiu perguntar se ele era o dono do bar. O homem confirmou de maneira ríspida e foi identificado posteriormente como Thiago Martins.
Tentando ignorar a situação, Tatiana voltou a prestar atenção ao samba, mas Thiago continuou a incomodá-la. Quando seu marido retornou do banheiro e questionou o comportamento de Thiago, o agressor começou uma nova discussão. Diante da hostilidade crescente, o grupo decidiu sair para a calçada. Outros clientes que estavam compartilhando a mesa com Tatiana também se solidarizaram e a acompanharam até a saída do bar. O segurança do local tentou minimizar a situação ao dizer: "Não liga não, ele está bêbado". Enquanto Tatiana se preparava para ir embora, um frequentador comentou sobre o comportamento agressivo do dono: "O cara está muito louco".
De forma inesperada, Thiago atacou a mulher por cima do rapaz, quebrando a garrafa de vidro em seu rosto. O impacto a deixou temporariamente sem consciência, desencadeando uma briga generalizada que envolveu seu marido e amigos. "Perdi a noção. Não cheguei a desmaiar, mas fiquei meio fora do ar por causa do golpe. Quando recuperei a consciência, estava no final da rua, na direção oposta, perto de uma barraca de lanches, com várias pessoas tentando me ajudar. Não sei quem me retirou de lá." "Meu rosto ficou todo machucado. Tive cortes profundos no braço e um corte sério na boca, mas, graças a Deus, minha cicatrização é muito boa." Após a agressão, Tatiana tentou pedir ajuda a policiais militares que estavam com uma viatura estacionada perto do bar. No entanto, segundo a vítima, um dos policiais foi "completamente sarcástico" e não prestou assistência.
O Boteco Dona Tati expressou sua profunda lamentação pelo incidente ocorrido na noite de sábado, 22 de fevereiro, que resultou em ferimentos para algumas pessoas. A casa reafirmou seu compromisso com a segurança, o respeito e a acolhida de todos que frequentam o espaço, destacando que não compactua com qualquer forma de violência. Eles estão acompanhando as investigações e tomaram a decisão de fechar o estabelecimento nos dias 27 e 28 de fevereiro como uma medida de respeito e compromisso com o público. O Boteco se compromete a garantir que situações como essa não se repitam, reafirmando seu amor pelo espaço de convivência que construíram.