Parlamentares tanto da base governista quanto da oposição reagiram nas redes sociais a uma declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a necessidade de "educar" a população em relação aos preços dos alimentos. Durante uma entrevista a rádios na Bahia, Lula comentou sobre o aumento dos preços, atribuindo a inflação no setor, que foi de 7,69% em 2024, à valorização do dólar, ao crescimento das exportações e ao que ele chamou de "armadilha" do Banco Central. Ele acrescentou: "Uma das coisas mais importantes para controlar os preços é a própria população. Se você vai ao supermercado e suspeita que um produto está caro, você não compra. Se todos tiverem essa consciência e não adquirirem o que consideram caro, os vendedores terão que reduzir os preços para conseguir vender, ou então o produto vai estragar."
Essa declaração foi alvo de ironia por parte de parlamentares opositores. O senador Ciro Nogueira, presidente do PP, comentou em uma rede social: "Se o arroz está caro, é só não comer. Se o gás está caro, é só não cozinhar. Se a gasolina está cara, é só ficar em casa. Para o governo, basta que os brasileiros parem de comer, beber e se deslocar que os preços caem." O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também se manifestou, afirmando: "No governo Lula, se a comida está cara, 'não compra'. Se o aluguel está caro, 'mora na rua'. Se o remédio está caro, 'morre'. O governo segue com cinismo, empobrecendo o povo enquanto sua família vive no luxo sustentado pelo Brasil."
O senador Sérgio Moro, também crítico de Lula, questionou a declaração feita durante a campanha de 2022, quando Lula prometeu que o povo voltaria a comer picanha, em referência ao aumento do preço da carne no governo Jair Bolsonaro. Moro escreveu: "Segundo Lula, basta a população não comprar produtos caros para que a inflação diminua! Isso mostra que o governo perdeu o controle e não sabe mais o que fazer. A promessa de campanha não era de picanha e cerveja barata para todos?"
Por outro lado, aliados de Lula saíram em sua defesa. O deputado José Guimarães (PT-CE), líder do governo na Câmara, afirmou que a administração Lula está "comprometida em manter a inflação baixa" e "garantir alimentos mais acessíveis" para os brasileiros. Ele destacou: "Com diálogo e ação, a prioridade é reduzir o preço da carne e de outros itens essenciais da cesta básica. Lula reafirma: comida boa e barata na mesa de todos."
O ex-ministro da Secretaria de Comunicação Social, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), compartilhou um trecho da entrevista em que Lula expressa seu desejo de cuidar dos mais necessitados. Ele declarou: "O presidente Lula é o maior estadista da nossa história e transformou a vida do povo trabalhador. Vamos juntos continuar a luta por um Brasil mais justo e próspero para todos."
Em relação à inflação, os dados de 2024 mostraram um índice de 4,83%, acima do teto de 4,5% estabelecido como margem de tolerância. O grupo de alimentos e bebidas teve uma inflação de 7,69%, impactando diretamente os preços nas prateleiras. Para Lula, a inflação está "totalmente controlada" no país, mas o Banco Central, conforme a última ata, considera o cenário "adverso", com um dos fatores sendo o aumento "significativo" dos preços dos alimentos.
Além disso, Lula criticou a prática de aumentar os preços dos alimentos apenas porque os salários das pessoas subiram. Ele afirmou