Para o ex-presidente da Eletropaulo e professor da USP Paulo Roberto Feldmann, a realização do racionamento elétrico será necessário nos próximos dois meses para reduzir os problemas hídricos no Brasil.
“Os próximos dois meses são os mais críticos, o problema é muito próximo. A seca não deve passar tão rápido, tudo vai depender da quantidade de chuva. Mas a realidade é que em outubro e novembro são os períodos com a maior chance de ter racionamento de luz no Brasil, acho que vai acontecer”, apontou.
Paulo Roberto Feldmann detalhou à CNN, neste domingo (26), o modelo de racionamento que pode ser adotado no país. Ele ressalta que brasileiros de determinadas regiões podem ficar até 2 horas por dia sem energia elétrica.
“Não podemos afirmar quanto tempo as pessoas vão ficar sem luz. Mas o racionamento não deve ultrapassar uma hora. Pode ir de até alguns minutos até duas horas. Tudo depende também da extensão. Se o Brasil inteiro passar por racionamento, precisamos de poucos momentos para gerar uma boa economia”, explicou.
O pesquisador e especialista em energia elétrica da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Diogo Lisbona também garantiu à CNN que os próximos dois meses serão os mais críticos da crise energética, já que, a partir de dezembro, o nível de chuvas deve aumentar no Brasil.
“Com a chegada do verão, nós entramos no período úmido. Ou seja, mesmo que o consumo elétrico das pessoas seja maior, as hidrelétricas voltam a ficar abastecidas.
Atualmente, estamos no período seco, o volume de chuva é muito pequeno. Fora isso, o que chove está abaixo da média. Nesse período do ano, nós realmente temos o costume de usar as reservas energéticas, mas não com tanta frequência como neste ano”, disse.